Quarto Escuro
O detetive avança pela desordem do estúdio.
A mobília está calada como testemunha.
Lá fora folhas se reviram, se estudam.
O telefone calado como um caramujo.
Um ano depois e todas as pistas
Deram em becos sem saída e luto.
“Nada disso está acontecendo, escuto
meus próprios passos sobre o escuro.
Dois gatos negros transando num muro”.
E o criminoso ali perto,
pronto para revelar tudo.
E na pequena floresta da biblioteca
O verde é um código secreto.
O detetive deita e cai num sono profundo.
E a carta o tempo todo sobre o criado-mudo.


Era preciso um caminho
O mais sutil é a queda
Marulhos, outros barulhos e alguns silêncios
Pulvis
Didática
A mesa branca
Diálogos possíveis
A memória é uma boneca russa
Cinema, literatura e filosofia
No domínio de Suã
Numa nada dada situação
Dois campos em (des)enlaces
Quando estava indo embora
A ordem interior do mundo
Corvos contra a noite 

