Quarto Escuro
O detetive avança pela desordem do estúdio.
A mobília está calada como testemunha.
Lá fora folhas se reviram, se estudam.
O telefone calado como um caramujo.
Um ano depois e todas as pistas
Deram em becos sem saída e luto.
“Nada disso está acontecendo, escuto
meus próprios passos sobre o escuro.
Dois gatos negros transando num muro”.
E o criminoso ali perto,
pronto para revelar tudo.
E na pequena floresta da biblioteca
O verde é um código secreto.
O detetive deita e cai num sono profundo.
E a carta o tempo todo sobre o criado-mudo.


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Poesia reunida
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