Quarto Escuro
O detetive avança pela desordem do estúdio.
A mobília está calada como testemunha.
Lá fora folhas se reviram, se estudam.
O telefone calado como um caramujo.
Um ano depois e todas as pistas
Deram em becos sem saída e luto.
“Nada disso está acontecendo, escuto
meus próprios passos sobre o escuro.
Dois gatos negros transando num muro”.
E o criminoso ali perto,
pronto para revelar tudo.
E na pequena floresta da biblioteca
O verde é um código secreto.
O detetive deita e cai num sono profundo.
E a carta o tempo todo sobre o criado-mudo.


Histórias que meus filhos não me contaram
O mais sutil é a queda
O menor amor do mundo
Cadernos de alguma poesia
O caos preclaro
Poesia pode ser que seja fazer outro mundo
Desigualdades interdependentes e geopolítica do conhecimento
Balaio
Realismo, realismos
História de vocês
Parados e peripatéticos
O fim do Brasil
Para pensar
Supertrampo
Pedaço de mim 

