De propensão marcadamente contemplativa, nem por isso o jovem Benjamin Abel se torna um personagem mais notável. Bacharel como outros tantos, assistimo-lo iniciar a carreira nos indigestos ossos do ofício até que, certa noite, do outro lado da cidade, um estudante a quem nunca viu mais gordo desaparece sem deixar vestígios. Da noite para o dia, o caso passa a ser tudo, ou quase tudo, o que lhe importa.
Que sucedeu ao rapaz? Para onde terá ido? Daí é que se solta a fagulha que doravante lhe incendiará o espírito: “para onde?”, eis a pergunta que Benjamin sempre e invariavelmente voltará a se fazer, não sem sentir algum assombro; “para onde?”, eis a pergunta que perpassa este romance em cujo título desde já se pode ler aquele nome de ares longínquos onde o inquieto personagem espera encontrar uma resposta.