Os fragmentos de Livro das sonoridades conduzem o leitor a uma importante reflexão sobre música e tempo, na qual o futuro é pensado como uma força que irrompe no presente, ao contrário da ideia tradicional de um presente que se lança no futuro. Essa inversão na direção do tempo se aproxima da ideia da música experimental que o próprio autor compõe – uma música que se dá em sua escuta, que, em vez de se dar no campo do reconhecimento, se dá no campo da experimentação.
Em íntima sintonia com o tema da obra, a escrita de Silvio se permite experimentar cortes, volteios, saltos, convidando o leitor a vivenciar no próprio texto a liberdade e potência da música. O resultado é um livro em que a sonoridade ultrapassa os limites da teoria musical, invadindo o literário e o filosófico.
Esta segunda edição é complementada com uma nota do autor, reafirmando a obra como um livro de música para não músicos, ou de não música para músicos, aberto a todos que se interessam pelas múltiplas práticas estéticas no contexto contemporâneo.


Motus perpetuo
78
A gaia ciência de James Joyce
Vento, vigília
Supertrampo
Numa nada dada situação
Corvos contra a noite
Arroz e feijão, discos e livros
Tradução, arquivos, políticas
O fim do Brasil
Cinzas do século XX
Notas. atos. gestos 

