A protagonista de Memória de antes cadáver encara o mundo com uma filosofia muito própria e singular. “Inigualável, inadaptável, indigna”, como bem se define, ela habita uma existência à margem, na periferia da humanidade, à sombra dos cadáveres. Estranha, alheia às convenções sociais, caminha pelas ruas acompanhada por uma solidão indissolúvel – e sua compreensão do mundo ora lança o leitor ao torvelinho da insensatez, ora inflama uma lucidez dolorosa.
Por meio do abismo pessoal desta narradora, Narjara Medeiros confirma seu dom de criar universos ficcionais riquíssimos, numa escrita que prima pela linguagem saborosa e pela força imagética, num enredo mirabolante. As peripécias desta personagem num mundo estranho e tão cruel quanto ela própria fluem num voo lisérgico de imaginação delirante – e são tão habilmente tecidas que enredam, absorvem e tragam o leitor em sua espiral, como só a boa literatura é capaz de fazer.


Murmúrios
Outro (& outras)
Cárcere privado
A era do sono
Didática
Antologia poética
Como impressionar sem fazer esforço
Poemas para morder a parede
Parados e peripatéticos
Tartamudo
No domínio de Suã
Combatentes da paz
Eu, Jeremias
Lições do Tempo
Raízes partidas 

