Obra de estreia do jovem poeta paulista Bernardo Ceccantini, Na quina das paredes reúne 17 poemas que revelam uma dicção bastante pessoal e alcançam um resultado de conjunto coeso, de certo modo tangenciando a unidade narrativa de uma novela. Sua poesia é “densamente cromática, repleta de ritmos, rica de aromas e reuniões em torno da mesa da cozinha. Mas toda essa energia vital nunca deixa de triangular com sementes trágicas, brisas amorosas e memórias inventadas”, nas palavras de Augusto Massi. Mesclando elementos bucólicos e geração beat, Ceccantini surpreende pela poesia ao mesmo tempo enérgica e sutil, despontando como um autor que merece a atenção dos leitores.


Cadernos de alguma poesia
Nas frestas das fendas
O mar que restou nos olhos
Estrada do Excelsior
Estou viva
Cinzas do século XX
Esporte e lazer na África
Grito em praça vazia
Da capo al fine
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
O menor amor do mundo
O morse desse corpo 

