O que caberia ao gesto propriamente dito na poesia, em especial naquela que se faz nos últimos tempos?
Foi partindo da observação dos muitos valores presentes na noção de gesto – o crítico, o ético, o político e o artístico, tomados também em seus limiares – que Paula Glenadel e Franklin Alves Dassie convidaram alguns pesquisadores, integrantes do grupo de pesquisa do CNPq “Relações entre literatura, filosofia e psicanálise” ou interlocutores frequentes e importantes das pesquisas desse grupo, para discutir o tema, em sua oscilação frequentemente indecidível entre figura da crítica e manifestação poética de um traço vital. Os ensaios reunidos neste volume trazem contribuições importantes para essa discussão, segundo dois grandes eixos, que não se excluem, mas se concentram em uma predominância que ajuda a dar feição à reflexão proporcionada por cada tipo de abordagem.
Assim, os quatro primeiros textos abordam principalmente questões de uma potência – que se poderia caracterizar como, sobretudo, filosófica – do gesto, em sua capacidade de remodelar as definições do sentido e do pensamento, do lugar do humano e do feminino, propondo novas combinações e novos convites para habitar o mundo. E os quatro textos seguintes abordam o gesto em sua ligação com questões de afetos e de secreções, observando mais de perto os múltiplos agenciamentos do corpo, da língua e do real, nos quais o sujeito se extima em direção a um (des)encontro com o outro, no qual a perda e a ruína se misturam com o gozo da secreção de si, em um jogo de escrita ou de vozes.
As muitas propostas de pensamento aqui reunidas constituem um rico material para acompanhar os movimentos do contemporâneo em poesia, ampliando e amplificando as discussões sobre o tema.


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O mar que restou nos olhos
Antologia poética
Judaísmo e cultura
Todo mundo é louco?
Entre Brasil e Portugal
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Da capo al fine
Se oriente
Pré-história
Heptacular
Nas frestas das fendas
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Pedaço de mim
Camilo Castelo Branco e Machado de Assis em diálogo 

