Atentos aos chamados das ruas, da poesia, do ritmo mais para o flâneur do que para o maratonista, os textos de Samuel Punzi transitam pelas vias misteriosas da criação, pelas marcas atentas que o olhar lírico e sonhador do autor deixam nas calçadas ou na paisagem. Encontros e desencontros nas praias, no bar, no bloco de carnaval, durante a pedalada; filmes e livros que marcaram o cronista (e a crônica); o Rio de Janeiro se esquadrinhando, de Ipanema à Lapa, passando pelo Centro da cidade onde o prédio desaba num fim de tarde (que nem o viaduto para o outro cronista, o da MPB), nada escapa à pena ou ao posto de observação de Samuel. Nada fica em casa neste Quando a rua me chama.
O que temos aqui são textos que olham a vida, os indivíduos, as ruas, calçadas e transversais do olhar com delicadeza e enorme boa vontade para compreender gestos, atitudes e reações que às vezes nos parecem incompreensíveis. Mas se nada do que se trata do ser humano é estranho, olhemos também, com olhar de ver, enquanto se degusta palavras. Retratar o nosso entorno é assim mesmo; Rubem Braga, Sabino, Antonio Maria, Mendes Campos e outros não deixam mentir.
Crônicas em estado de poesia. Poesia em estado crônico.
Luís Pimentel


Numa nada dada situação
Na trilha dos fonogramas com Charles Gavin
Shazam!
Balaio
Poesia reunida
Cara de cavalo
Vida: efeito-V
A herdeira [Washington Square]
Da capo al fine
A gaia ciência de James Joyce
Três faltas e você será foracluído [...]
Quase crônico 

