Sei que ele pegou o tempo da perseguição, quando candomblé era proibido, condenado por médico e padre, tratado de crime pelas autoridades. Tanto no de Mãe Mariana quanto em outros abacás, ouvi dos mais velhos muitas histórias sobre as peripécias amargas desse anteontem. Na dita época, volta e meia a polícia invadia os terreiros, em missão de terror. Os soldados já chegavam quebrando tudo, batendo em homem, mulher e criança, injuriando velhos e moços; arrasavam pejis a pata de cavalo, quebravam quartinhas e alguidares, jogavam no lixo as oferendas, os remédios, os a preparos: um miserê! O que não destruíam, usavam nas procissões de galhofa: obrigavam iaôs e ebames a marchar pela ruia carregando na cabeça louças, otás e ferramentas de santo. Feitos e feitas seguiam assim para a delegacia, debaixo da vaia dos brancos, da molecada.


O fim do Brasil
Sublunar
O morse desse corpo
A era do sono
O som dos anéis de Saturno
Caminhos para conhecer Dona Flor no cinquentenário da narrativa de Jorge Amado
Três faltas e você será foracluído [...]
Estrada do Excelsior
O menor amor do mundo
Estou viva
Camilo Castelo Branco e Machado de Assis em diálogo
78
Pessoas em movimento
Além do visível
Numa nada dada situação
Sobrevoo
A casa invisível
Rostos invisíveis da violência armada
Grito em praça vazia
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
Tradução, arquivos, políticas
O mar que restou nos olhos
Translinguismo e poéticas do contemporâneo
Da dificuldade de nomear a produção do presente
Mulheres de moto pelo mundo 

