Ser tão menino tem como cenário a pequena (ainda hoje) Tebas, situada na Zona da Mata mineira, e retrata, de maneira lírica, mas ao mesmo tempo impiedosa, a ente comum de uma cidade do interior. Dividido em duas partes, “Menino” e “Moço”, acompanha as descobertas de um garoto no Brasil das décadas de 1950 e 1960, que já não era mais rural, embora também não fosse ainda urbano. Ávido por conhecer mundos para além das montanhas que cercam sua cidade natal, o rapaz, que “no fundo, detesta Minas, peso-prisão que lhe atazana o voo”, rompe com seu passado e muda-se, em definitivo, para o Rio de Janeiro, numa tentativa desesperada de livrar-se de um universo pessoal sufocante sem saber que ia ao encontro de um universo não menos opressor; o Brasil sob a ditadura militar. O personagem, no entanto, não sabe disso, mas o leitor sim. Eis que, aliás, o grande mérito de Fajardo, cujo narrador, a certa altura, afirma: “o silêncio mora dentro de mim. Dele nascem minhas palavras”.


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