Este não é um livro de estreia qualquer. Os Fragmentos completos de Maria Fernanda Vasconcelos de Almeida instigam desde o título – sonoro, irônico e paradoxal – e trazem uma nova surpresa a cada página, revelando uma poeta com um repertório variado de preciosos achados literários. Um título, um verso, um dístico, um brinde, súbito uma prosa – talvez este livro seja mesmo um romance que se fez poema, de tão depurada e certeira a escrita, nos levando pela alternância de ritmos para dentro de uma composição quase musical, que dialoga com Ana, com Hilda, com Mondrian e Matisse, que arquiteta algo que vai além da forma e do conteúdo, na conjunção de ambos, e que é pura arte. Do melhor quilate: que reúne e concentra todas as outras em literatura, que nos leva pela matéria viva da palavra a tantas descobertas, a tantas paisagens íntimas e múltiplas, e que podemos apreciar e desfrutar a cada nova leitura. No fragmento do discurso, na forma da letra, na colagem ou na métrica, no (des)encontro amoroso, na manobra elementar (sorte do rapaz que abandono / pontualmente às dez para dez // preciso de gole de conhaque / e do próximo que não me quer), no drible mortal, no divã ou no outro sim, a poesia de Maria Fernanda é daquelas que vem para ficar. De vez.


Política, governo e participação popular
Poesia pode ser que seja fazer outro mundo
Memórias da liberdade
Corpo em combate, cenas de uma vida
História, memória, instituições
Terapia de regressão
Tramas epistêmicas e ambientais
Destinos cruzados
Era preciso um caminho
O aprendiz do desejo
Nietzsche e as ciências
Estrada do Excelsior
As artes do entusiasmo
Poemas para morder a parede
Vera Ballroom
Estou viva
Oceano
Linhagens performáticas na literatura brasileira contemporânea
O menor amor do mundo 

